5 razões por que as crianças devem ter mais contato com a natureza

As cidades evoluem cada vez mais e, com isso, os pequenos vão se afastando das árvores, dos animais, das flores e até dos alimentos in natura. Mas tudo isso é muito importante para o desenvolvimento dos baixinhos.

É provável que as memórias da infância dos idosos do futuro não envolvam subir em árvores, chupar uma laranja colhida direto do pé ou mesmo se atolar numa poça de lama, como faziam nossos pais e avós. A terceira idade do século XXI vai lembrar mais de jogos de videogame, brinquedos ultratecnológicos, programas de televisão e aparatos de tela possíveis de ser carregados para qualquer lugar. E tudo bem que as brincadeiras e os interesses tenham mudado, mas perder totalmente o contato com a natureza é algo que coloca, sim, as crianças de hoje em dia em desvantagem em relação aos nossos antepassados.

E isso se torna ainda mais preocupante quando se sabe que os meninos e meninas sequer têm tempo (ou vontade) para brincar ao ar livre. Para se ter uma ideia, 89% dos pais brasileiros observam que seus filhos preferem esportes virtuais (em computadores ou tablets) a praticá-los na vida real; globalmente, esse índice é de 81%. Esses dados são da pesquisa Valor do Brincar Livre, promovida em dez países pela marca do segmento de limpeza OMO. O levantamento também mostra que, por outro lado, 85% dos pais e mães de todos os países avaliados notam que os pequenos são mais criativos quando brincam sem a tecnologia.

E esse é mesmo um dos benefícios de poder soltar a imaginação sem as restrições e limitações que um aparelho apresenta. Se isso puder ser feito num parque, numa praia ou até numa horta, melhor ainda! A seguir, conheça algumas das benesses que a natureza pode proporcionar ao seu filhote.

1. Sentidos mais apurados

Audição, visão, tato, olfato e paladar podem se beneficiar de brincadeiras ao ar livre. “Todos os sentidos são janelas para o mundo, e a criança funciona quanto mais funcionam os sentidos dela”, diz Vital Didonet, especialista em políticas públicas para a primeira infância. E o contato com a natureza pode ser uma excelente forma de treinar todas essas habilidades. Veja só: ao pegar um punhado de areia ou sentir a textura de uma flor, por exemplo, o pequeno está descobrindo novas sensações táteis; ao ouvir o canto de um sabiá ou descobrir qual barulho um leão faz, os baixinhos estão desvendando novos sons e adquirindo mais conhecimento; e ao ver o movimento da água numa correnteza ou quando uma cachoeira se encontra com um rio, a meninada também está fazendo novas descobertas e se fazendo novas perguntas.

2. Criatividade sem limites

“A criatividade é inata na criança”, atesta Didonet. Ele explica que, por ainda não conhecer as coisas, os pequenos fazem hipóteses, o que permite que a imaginação flua livre, leve e solta. “Ao deixar a mamadeira ou um brinquedo cair no chão, a criança está observando o movimento descendente do objeto”, exemplifica o especialista. E as plantas, as flores, os galhos e até os animais são perfeitos para estimular essas experiências. “O contato com a natureza é um trampolim para desenvolver inteligência de perguntas e estimular a exploração”, assegura Vital Didonet.

3. Meio ambiente preservado

Thinkstock/Getty Images

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“A forma mais garantida de produzir uma cultura de sustentabilidade é começar pelas crianças, porque elas têm amor pela natureza”, sugere Didonet. Então, ver uma árvore crescer, um passarinho alimentando seus filhotes ou um siri se escondendo na areia da praia são maneiras de conscientizar os pequenos sobre como funciona a natureza e como as nossas ações podem impactar em tudo isso. “Eles ainda não sabem destruir e, se aprendem desde cedo o significado de preservar as coisas, passam a exigir isso dos pais”, analisa o especialista.

4. Imunidade fortalecida

Brincar na grama, se lambuzar e ter contato com a terra também são formas de colocar a criança em contato com anticorpos que vão contribuir para fortalecer o sistema imunológico dela. Quando supervisionadas e feitas em segurança, essas e outras travessuras só têm a acrescentar à saúde da meninada. “Tudo isso vai ajudar os pequenos a desenvolverem suas competências físicas e biológicas”, garante Vital.

5. Alimentação saudável

Com a praticidade que a indústria oferece hoje em dia, muitas crianças nem sabem a origem ou até a aparência de frutas, verduras e legumes. E oferecer esses alimentos aos baixinhos é a melhor forma de garantir que eles tenham um cardápio variado e equilibrado. “É preciso dar oportunidade para a criança experimentar uma cenoura, chupar uma laranja e sentir o sabor de uma manga”, aconselha Vital Didonet. Segundo ele, é interessante também estimular a meninada a dizer o que está sentindo enquanto degusta o alimento e se está gostando. “Assim, a criança vai respondendo perguntas que ela mesma se faz e, muitas vezes, não sabe esclarecer”, afirma o especialista. Outra boa dica é mostrar de onde vem aquilo que comemos – observar um grão de feijão brotar, no algodão mesmo, já pode ser um bom começo 😉

Na cidade

Às vezes, viver em cidades como São Paulo dificulta que o contato com a natureza seja tão próximo quanto o desejável. No mundo ideal, as grandes metrópoles contariam com parques, praças e jardins que possibilitariam as crianças brincarem em segurança. E, embora ainda estejamos bem longe de conquistar tudo isso, devemos cobrar essas medidas das nossas autoridades.

Mas também cabe aos pais – e até à escola – proporcionar e facilitar esse contato, levando os pequenos a esses lugares sempre que possível. Em casa, manter uma hortinha (ainda que em vasos), plantar uma semente ou colocar os pequenos para ajudar a regar uma flor já são ótimas medidas!

FONTE: bebe.com.br

4 Brincadeiras para Estimular a Motricidade na Educação Infantil

A motricidade se desenvolve naturalmente durante toda a primeira infância: a motricidade ampla, quando a criança corre, pula ou se equilibra, por exemplo; a motricidade fina ao amarrar os cadarços ou segurar os talheres para se alimentar sozinha. Porém, há infinitas opções de atividades para que pais e educadores incentivem ainda mais essas competências. E se engana quem acredita que elas requerem um grande investimento – hoje, selecionamos apenas brincadeiras feitas com materiais comuns, que todos devem ter em casa (ou no pátio da escola).

Essas brincadeiras fazem parte do site Massacuca, em que duas mães elaboram, testam e escrevem sobre atividades lúdicas para a primeira infância (nós já entrevistamos as criadoras do projeto no post A diferença entre brincar e ter brinquedos). Conhecemos a ideia do Massacuca no encontro Social Good Brasil Lab deste ano, em que 50 iniciativas sociais de todo o país – incluindo a Eduqa.me! – aprendem sobre como empreender e, ao mesmo tempo, trazer benefícios para a sociedade. Como estamos sempre em busca de novidades que possam melhorar a Educação Infantil, uma parceria foi inevitável.

Aqui estão selecionadas uma brincadeira para cada faixa etária.

#1 Saco sensorial

Gel, bolinhas e pequenos objetos dentro do saco plástico fascinam as crianças pequenas (foto: Massacuca)
Gel, bolinhas e pequenos objetos dentro do saco plástico fascinam as crianças pequenas (foto: Massacuca)

Só o que é preciso para essa atividade é um saco plástico grande e bastante gel de cabelo. Outros pequenos objetos podem ser adicionados para tornar o toque ainda mais interessante: na foto, há estrelinhas metálicas, compradas na papelaria, e bolinhas de gel. Lantejoulas, bichinhos de borracha, pompons ou botões são alternativas à mistura.

A dica é colar as extremidades do saco plástico no chão com fita crepe ou dupla face, para que as crianças possam engatinhar ou andar sobre ele com mais segurança. Também é possível usar várias sacolas menores, contendo texturas diferentes (areia, terra, gelatina) para que elas possam comparar uma à outra.

Idade indicada:

  • A partir dos 9 meses, sempre com a supervisão de um adulto.

Cuidados

  • É necessário que o plástico seja grosso, para não ser perfurado durante a exploração – caso isso aconteça, o melhor é interromper a brincadeira para que nenhuma criança engula as peças;
  • Dê preferência ao gel inodoro ou com perfume suave, especialmente se preparar a atividade para bebês.

# 2 Cortina sensorial com garrafas

Garrafas recheadas com todo tipo de material podem ocupar as crianças por horas em uma brincadeira coletiva (foto: Massacuca)
Garrafas recheadas com todo tipo de material podem ocupar as crianças por horas em uma brincadeira coletiva (foto: Massacuca)

Nesta brincadeira, garrafinhas cheias dos mais diversos materiais são penduradas formando uma cortina para que as crianças explorem diferentes texturas, pesos e temperaturas. Na foto, foram 50 combinações diferentes, dentre elas:

  • Garrafas leves, com penas, isopor, papel e folhas;
  • Garrafas pesadas, com areia, pedrinhas, farinha, água ou gel;
  • Garrafas sonoras, com grãos, macarrão, clipes de papel, botões, arroz, conchas ou palitos de dente;
  • Garrafas com água gelada e água morna;
  • Garrafas com “movimento”, em que grãos ou pequenos objetos flutuam na água, no gel ou mesmo no ar (no caso de penas e ou flocos de isopor);
  • Garrafas com pequenas reações químicas, como água e óleo ou água e um pouco de detergente (que causará espuma assim que for chacoalhado).

E por aí vai, é só dar asas à imaginação.

Idade indicada:

  • A partir de 1 ano de idade, sempre com a supervisão de um adulto.

Cuidados

  • As garrafas precisam ser bem lavadas por fora, já que crianças menores podem colocá-las na boca;
  • Garanta que as tampas estão bem fechadas e lacradas com fita adesiva, para não se abrirem durante a atividade – caso isso ocorra, retire aquela garrafa de circulação para que o conteúdo não seja ingerido!

#3 Carimbos naturais

Carimbos feitos de vegetais são uma atividade criativa que exercita a motricidade fina (foto: Massacuca)
Carimbos feitos de vegetais são uma atividade criativa que exercita a motricidade fina (foto: Massacuca)
(foto: Massacuca)
(foto: Massacuca)

Os formatos dos carimbos podem ser feitos com ajuda de uma faca pequena ou de cortadores de biscoitos (aqueles em formato de estrelas ou corações) – essa parte da atividade, é claro, deve ser preparada com antecedência por um adulto, porém as crianças podem ajudar escolhendo os formatos. Batata, cenoura, pimentão e erva-doce foram usados na foto acima, mas vale explorar outros vegetais disponíveis. A dica é aproveitar aqueles que você tem em casa, mas já não estão tão bons para o consumo.

Segundo as mães, brincar com os alimentos ajuda a fortalecer a relação com a comida e promove a alimentação saudável. Afinal, as crianças que tiveram contato com as verduras em um contexto divertido e de descoberta não devem achá-las tão “nojentas” na hora da refeição. Incentive as comparações entre cada alimento: qual tem a casca mais áspera, qual é macio, qual tem sementes, etc..

Idade indicada:

  • A partir dos dois anos, sempre com a supervisão de um adulto.

Cuidados

  • Lave bem as verduras e deixe-as secando sobre papel toalha antes de recortar os carimbos;
  • Use tinta guache ou tinta feita em casa – preste atenção nos rótulos para não expor as crianças a tintas tóxicas;
  • Vigie atentamente o grupo para que nenhuma criança coma os vegetais usados na brincadeira.

#4 Galhos e lã

Perfeito para trabalhar a destreza dos dedos, os enfeites de galhos e lã ficam lindos (foto: Massacuca)
Perfeitos para trabalhar a destreza dos dedos, os enfeites de galhos e lã ficam lindos (foto: Massacuca)

Para essa atividade, não há segredo: convide a turma para sair da sala de aula e recolher galhos de diferentes tamanhos no pátio. Então, sentem-se juntos para fabricar os enfeites com novelos de lã coloridos. A brincadeira consiste em enrolar os galhos com diferentes combinações de cores, exercitando a motricidade fina. Você também pode usar fitas e barbantes.

Idade indicada:

  • A partir dos 3 anos, sempre com supervisão de um adulto.

Cuidados

  • Cheque os galhos encontrados pelas crianças para garantir que eles estejam em bom estado, sem fungos ou insetos;
  • Dê galhos menores (gravetos) para os alunos mais novos, para prevenir acidentes;
  • Se houver espinhos ou pontas afiadas em alguns galhos, retire-as antes de entregá-los às crianças.

Gostou das ideias? Não esqueça de observar a atuação dos pequenos: a maneira como eles manuseiam os objetos explica seu desenvolvimento motor; assim, é possível compreender quem precisa de mais estímulo e atenção e quem já está pronto para novos desafios.

Quanto mais controle das mãos e pontas dos dedos, mais segura a criança estará para segurar o lápis e escrever, no futuro, quando chegar o momento da alfabetização.

Fonte: Eduqa.me